segunda-feira, 11 de junho de 2012

Mosteiros, edifícios do saber

Mosteiros, edifícios do saber A tarefa do homem medieval de “construir um edifício” de saber a partir das parcas heranças escritas que chegaram à sua época tem um paralelo com a construção da base de dados de informação e de conhecimento que se está a gerar com o surgimento das novas tecnologias, especificamente com a Internet. O saber unificador que o homem medieval assegurou permitiu moldar as mentalidades para suportar as inúmeras dificuldades dos primeiros 500 anos após a queda do Império Romano, organizando as formas de conhecimento que possibilitaram os desenvolvimentos técnicos que estarão na base da conquista da organização da sociedade medieval e que constituem a génese do mundo ocidental tal qual o conhecemos. A ideologia cristã definiu uma estrutura de saber completo: um saber que limita e orienta a doutrina teórica e o conhecimento, que orienta as experimentações técnicas e os desenvolvimentos tecnológicos; um saber que legitima a estrutura social. As bases filosóficas da antiguidade, que revelam e fundamentam o universo cristão e o seu saber, fazem da Idade Média uma época de recuperação indirecta, mas contextualizada, dos conhecimentos antigos. Os princípios neoplatónicos das escrituras sagradas informam o misticismo da fé e determinam o universo de saber que justifica a sociedade medieval e o seu papel na história.

Nenhum comentário:

Postar um comentário